Uma segurada do INSS, diagnosticada com depressão grave, perdeu seu auxílio-doença por depressão após postar fotos no Facebook. As imagens que mostravam passeios em cachoeiras com frases exaltando felicidade e animação foram usadas pela Advocacia Geral da União para provar que a mulher não estava incapacitada e poderia retornar ao trabalho.
Em novembro de 2013 um perito atestou que ela tinha depressão grave e a declarou como incapaz temporariamente para o trabalho. Em abril de 2014 novo laudo confirmou o quadro psiquiátrico e o benefício foi ampliado por mais três meses.
Ocorre que entre abril e julho de 2014 a segurada postou fotos na rede social com legendas como “não estou me aguentando de tanta felicidade” e “obrigada, senhor, este ano está sendo mais que maravilhoso”.
A Procuradoria Seccional Federal (PSF) em Ribeirão Preto que atuou no caso explicou que o quadro clínico de depressão grave “caracteriza-se por humor triste, perda do interesse e prazer nas atividades cotidianas, sendo comum uma sensação de fadiga aumentada” e “pode se queixar de dificuldade de concentração, apresentar baixa autoestima e autoconfiança, desesperança, ideias de culpa e inutilidade, visões pessimistas do futuro, ideias suicidas”.
Como as postagens encontradas no Facebook da segurada ia contra todas as características da doença, o perito reviu o laudo e considerou a mulher apta a retornar ao trabalho. O Juizado Especial Cível de Ribeirão Preto considerou abril de 2014 como data em que cessou a incapacidade da trabalhadora.
Fonte: Estadão